sexta-feira, 4 de junho de 2010

Auto-ajuste

Ultimamente, confiança tem sido palavra chave nesse meu manual de instruções (pequeno e rabiscado) de como enfrentar problemas. De repente, achamos aquela tal válvula de comando pra voltar a comandar as nossas próprias atitudes, ajustamos o freio para nos garantir segurança, prudência... e seguimos viagem esperando não tomar susto algum.
Engraçado é que o meu modelo já está ultrapassado, e sinceramente, o que me garante estabilidade são justamente todos os acidentes e arranhões que sofri durante o percurso. Aprendo a ser forte quando acaba o combustível e estou sozinha às 3h da madrugada na estradinha deserta. A resistência nos leva à sabedoria, e uma hora ou outra, querendo ou não, a gente suja nossas mãos de graxa. Isso não é texto de auto-ajuda ou coisa assim! Não mesmo. A minha auto-ajuda está um pouco defeituosa, então aqui é na base do tranco mesmo. É tudo desabafo, e você sabe, fora das Condições Normais de Temperatura e Pressão, a gente possui sérios riscos de explodir.
Espalham por aí pra gente ser "boa mulher, boa esposa, boa aluna, boa mãe, boa cidadã"; "Não fume, não beba, não jogue lixo no chão, Não Grite, Não perca o controle"... e a gente nasce sabendo que não consegue seguir o manual da sociedade moderna à risca, e o pior, a gente se frustra por isso. Acho que quando o risco é desafiador, a gente vai devagar. E é claro, todo mundo tem medo... Mas também, todo mundo tem força, e dar a volta por cima, ter gosto da conquista na ponta da língua faz de todos nós pessoas melhores, mais seguras de nós mesmos. Taí, confiança é o combustível. E é claro, a gente foi à mecânica, perdemos um tempão fazendo pequenos e infinitos ajustes, e espera aí: o que faltava era o combustível! Faltava somente ele pra eu chegar em casa, jogar os sapatos no meio da sala e sorrir. Sorrir! Só faltava isso.